segunda-feira, 12 de abril de 2010

ESPAÇO ABERTO

*MINHA AVÓ EDMÉE.*

Olá pessoal,
Existem pessoas iluminadas e com certeza minha avó Edmée é uma delas.
No dia 28 de maio próximo vai completar 106 anos de vida e todos concordam quando minha mãe Lurdinha diz que ela é “linda, corada, forte, vive em harmonia e exibe sempre ótimo bom humor”.
Recentemente o "Jornal do Batel" fez matéria com D. Edmée, em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, aqui estão alguns trechos:-

Sua rotina começa por volta das 10 horas da manhã, quando acorda e dá retoques nos travesseiros e na colcha sobre a cama já arrumada pela filha Lurdinha. Depois pega uma escova e pacientemente escova as franjas do tapete em volta da cama. Dali segue vagarosamente para sua poltrona na sala de visitas. Recusa-se a utilizar o andador que foi comprado para ela. Diz que não o quer para não se a costumar com ele e deixar de andar normalmente. Dá uma olhada pelas manchetes de jornal, usando sua lupa, diz que só vê bem as letras grandes. Fica ali, pacientemente, esperando o almoço.
Sua filha Lurdinha diz que sua refeição é a mesma servida para a família...gosta de tudo. Após o almoço volta para a poltrona e começa ali sua distração maior – enxuga toda a louça do almoço. Colocam os pratos e talheres numa mesinha especial e ali D. Edmée fica um bom tempo enxugando a louça e dobrando guardanapos. Num dia desses como não vinham recolher os pratos, aventurou-se e ia levando alguns para a filha....Uma mostra de sua vitalidade. Doenças?...nada além aquelas próprias da velhice. Reclama das deficiências da audição e da visão, porém recusa-se terminantemente a colocar um aparelho auditivo. Experimentou um, mas logo que chegou em casa o arrancou e reclamou por estar ouvindo coisas que não desejava ouvir......Não enxergar bem é o que parece lhe afligir mais. Principalmente quando não reconhece uma das crianças da família. Daí chama-a para perto de si e pergunta quem é. Aí se pode ouvir uma breve lamúria, ”estou chegando no fim”.
Há dois anos esteve em Paranaguá. Queria rever a casa onde nasceu. Quando a viu não deixou por menos: Ela está mais velha do que eu.....
Nas suas palavras sempre diz que – Eu tive coragem pra viver. Enfrentei os prós e contras que a vida me apresentou e soube enfrentar todas as adversidades e viver os bons momentos. Seguindo a tradição, aos sábados todos os bisnetos, netos, sobrinhos, amigos, enfim a família se reúne para tomar um chá e relembrar os velhos tempos.

Talvez a receita seja essa: viver em harmonia e ter bom humor...
Essa é minha avó Edmée.
Um grande abraço e
BOA SEMANA A TODOS.
Paulo Wunder – Bigode.

D. Edmée cercada pelas mulheres da família: Bruna (bisneta 10 anos), Paula (bisneta 27 anos), Maria de Lourdes (filha 76 anos), Patrícia (bisneta 30 anos), Maria Cecília (tataraneta 1 ano) e Maria Eduarda (tataraneta 4 anos).


D. Edmée hoje e ontem.


#A matéria completa pode ser encontrada no Jornal do Batel
www.jornaldobatel.com.br

3 comentários:

Regina disse...

Bigode, cheguei a ouvir algumas histórias da fantástica e querida vovó Edmée. Espero participar de um desses lanches na próxima vez em que estiver aí. Soube que são super divertidos pois reunem as mulheres de todas as gerações e a memória mais prodigiosa é da vovó que sabe e lembra de tudo. Parabéns e muita saúde para ela!
Beijo

Armando disse...

Bigode,
É uma dádiva ter uma pessoa como a D. Edmée na família.....a receita deve ser essa mesmo, harmonia e bom humor..
Abraço.

Katleen Bond disse...

Bigode...
É um previlégio enorme para a familia que possue uma pessoa como D. Edmée (106 anos).
Curta-A o máximo que puder, Bigode!
Fiquei até imaginando como seria se ainda tivese alguém nesta idade na minha família...Tenho uma foto da minha tataravó, comigo no colo (5 gerações) que guardo-a como relíquia e muito carinho! Perdi minha avó (2000), 6 meses antes dela completar 90 anos e ficou uma dor imensa e uma tremenda saudade....das histórias contadas e de sua presença...eram histórias nossas, da minha mãe e dela própria quando jovem e criança que ficaram guardadas na minha memória, que passei para meus filhos e agora tentarei passar para os meus netos, para não deixá-los esquecer ou melhor, fazê-los saber, de onde vieram e como viveram seus antepassados!
Um enorme PARABÉNS, MUITA SAÚDE à ela e um bjo pra você!